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Mercado da soja: ontem e hoje

* Prof. Dr. Argemiro Luís Brum 8 de julho de 2024 Centro Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), vinculado à Universidade Regional do Noroeste do Estado (UNIJUÍ)

16/07/2024 às 19h54
Por: Redação Fonte: Argemiro Luiz Brum
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 * Prof. Dr. Argemiro Luís Brum 8 de julho de 2024 Centro Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), vinculado à Universidade Regional do Noroeste do Estado (UNIJUÍ) Foto - Arquivo pessoal
* Prof. Dr. Argemiro Luís Brum 8 de julho de 2024 Centro Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), vinculado à Universidade Regional do Noroeste do Estado (UNIJUÍ) Foto - Arquivo pessoal

Passado o primeiro semestre de 2024, importante se faz uma breve análise do mercado do principal grão produzido no Brasil, a soja. Um ano atrás, sua cotação na Bolsa de Chicago fechou o mês de junho com a média de US$ 14,30/bushel. Em 2024, o mês de junho fechou na média de US$ 11,72, ou seja, um recuo de 18%. E nos primeiros nove dias úteis de julho, nos EUA, Chicago apresenta a média de US$ 11,60/bushel, isto é, um recuo de 1,02% sobre a média de junho passado. Não há dúvida, portanto, que a oleaginosa, no mercado internacional, perdeu bastante valor nos últimos 12 meses. No Brasil, tomando o RS como referência, o preço da soja igualmente recuou. Na última semana de junho de 2023 o saco do produto, na média estadual, valia R$ 126,12, enquanto as principais praças do Estado negociavam, na ocasião, o produto a R$ 124,00. Um ano depois, a média gaúcha ficou em R$ 123,00 e as principais praças pagando R$ 122,00/saco. E isso, mesmo diante de uma forte desvalorização do Real que, em junho do ano passado estava em R$ 4,81 (na média dos últimos cinco dias úteis do mês), contra R$ 5,48 no mesmo período de junho 2024. Ou seja, o Real se desvalorizou, ponta-à-ponta, 13,9% no período. Se o câmbio tivesse ficado nos patamares de junho do ano passado, a média final de junho deste ano teria caído para algo em torno de R$ 102,00/saco, ou seja, menos cerca de 20 reais por saco. Mesmo a produtividade média gaúcha, nesta última safra, crescendo 46,2%, passando a 48,4 sacos/hectare, contra 33,1 sacos na frustrada safra do ano anterior (cf. Conab), aliviando a precária situação de muitos produtores rurais, o quadro esteve longe de ser suficiente, pois os custos totais de produção não se reduziram na mesma proporção dos preços. Tudo isso em um ambiente de grandes dificuldades desde 2020, devido as secas de verão e a disparada dos custos de produção no período. Lembrando que a nova desvalorização cambial, se melhora um pouco o preço dos produtos, aumenta novamente os custos de produção para 2024/25. Apenas para comparação, o milho perdeu 28,6% de seu valor em Chicago, no mesmo período. Apesar disso, o preço médio no RS passou de R$ 53,42/saco para R$ 57,80, enquanto a produtividade média cresceu 32,6%, chegando a 99,2 sacos/hectare em 2023/24, conforme a Conab.

 

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