A cruz era um instrumento de suplício que os romanos empregavam para executar a pena capital de modo mais cruel. Era o castigo daqueles que “desobedeciam” o poder roJesus foi
condenado a morrer na cruz pelo procurador romano Pôncio Pilatos. Desde então a cruz é o emblema do cristianismo. E também símbolo do seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, que disse: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16,24).
Por outro lado, visto que dela Cristo passou à glória da Ressurreição a cruz é também sinal de vitória. Por isso, no cristianismo, ela é reproduzida em pinturas, esculturas, talhada de várias formas e em gestos, é traçada sobre pessoas ou coisas. A cruz está em toda parte e em muitas repartições. Muitos a carregam no peito como sinal de fé e de amor a Jesus, o Salvador dos homens. São Paulo vê na cruz o desígnio de Deus que levará os homens à glória (Rm 14, 7- 9). Por isso a veneração da Cruz: o madeiro, no qual Jesus foi crucificado, converteu-se para os cristãos no símbolo dos sofrimentos de Cristo, suportados para nossa salvação e no próprio símbolo da salvação.
A vida do ser humano está repleta de “cruzes”. O sofrimento e as dificuldades por que passamos são sinônimo do sofrimento e dores. Qual é a pessoa que não tem alguma cruz para carregar? A mãe, o pai, o filho, a filha, o agricultor, o médico, o padre, o dentista, a Religiosa, o político, a enfermeira, o operário, o empresário, o motorista, todos têm sua cruz. É preciso abraçá-la com vontade para realizar a missão com dignidade.
O mundo seria bem melhor se cada um abraçasse sua vida, sua vocação, sua cruz para alcançar a felicidade. Não podemos culpar os outros pelas nossas cruzes. Nada acontece por acaso. Somos nós mesmos que preparamos o nosso amanhã. Não existe vida e nem vocação sem o sacrifício. A cruz não é um castigo, é uma motivação para chegar aos objetivos traçados.
“Quo Vadis”?
Na Roma de Nero, o jovem Vinício se apaixona perdidamente pela misteriosa Lígia. Os dois, porém, pertencem a mundos diferentes: ele é patrício e sobrinho de Petrônio, um dos favoritos de Nero; ela, cristã e filha de um rei suevo. E só poderão se casar se ele aceitar a fé dos Apóstolos. Ao narrar essa história de amor, o autor polonês conduz o leitor pelos eventos históricos mais importantes da época, desde o incêndio que deflagrou Roma até os jogos sangrentos do circo, pintando todo o cenário de contraste entre a aristocracia romana, com seus excessos e frivolidades, e os primeiros cristãos, perseguidos e martirizados.
O escritor polonês Henrique Sienkiewicz escreveu um belo romance: “Quo Vadis?” Ele conta que ao se instalar em Roma a violenta perseguição de Nero contra os cristãos, o Apóstolo Pedro, que era o chefe da nascente comunidade, teve medo. E decidiu fugir de Roma. Ela já ia numa boa altura da Via Ápia, quando lhe apareceu o próprio Cristo. Pedro entre risos e lágrimas perguntou: “Para onde vais, Senhor?” – em latim: “Quo vadis, Domine?” Jesus respondeu: Vou para Roma, para ser de novo crucificado por ti. Pedro, humilhado e envergonhado, tomou o caminho de volta para a Cidade Eterna, onde morreu mártir por amor a Cristo. Uma pequenina igreja à beira da Via Ápia perpetua a lembrança da lenda. Talvez a lição da lenda possa valer para todos os cristãos.
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