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O pacote e seu timing

* Prof. Dr. Argemiro Luís Brum 2 de dezembro de 2024 Centro Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), vinculado à Universidade Regional do Noroeste do Estado (UNIJUÍ)

03/12/2024 às 18h14
Por: Felipe Alípio Fonte: Argemiro Luis Brum
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* Prof. Dr. Argemiro Luís Brum 2 de dezembro de 2024 Centro Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), vinculado à Universidade Regional do Noroeste do Estado (UNIJUÍ) Foto – Arquivo pessoal
* Prof. Dr. Argemiro Luís Brum 2 de dezembro de 2024 Centro Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), vinculado à Universidade Regional do Noroeste do Estado (UNIJUÍ) Foto – Arquivo pessoal

Havia o risco, e o mesmo era elevado, de que o pacote de corte de gastos, a ser anunciado pelo governo federal, viesse insuficiente e não contemplasse as expectativas do mercado. E foi o que aconteceu! De que forma exatamente? Por um lado, o pacote é bom, pois ele tem um caráter de redistribuição mais igualitária da renda e dos ajustes, embora devesse ser mais completo e profundo. O problema está no timing (quando anunciar) em dois sentidos: demorou para ser anunciado, reduzindo o seu impacto positivo e deixando a entender que não havia consenso no meio político; e o governo errou feio ao anunciar, ao mesmo tempo, a isenção do IR para quem ganha até 5 mil reais por mês. Este, especialmente, criou uma confusão, pois passou a ideia não só de cortar gastos, mas também de que poderá aumentar o rombo diminuindo a arrecadação por esta via do IR. Este anúncio, positivo, deveria vir bem depois, já que a decisão é para vigorar a partir de 2026. Não havia sentido algum em fazê-lo agora, salvo em um quadro populista visando aliviar o impacto dos cortes. Resultado: o mercado reagiu negativamente, o dólar disparou para o recorde histórico de R$ 6,00 por dólar e a pressão inflacionária irá aumentar, em um contexto de preços em forte elevação já há algum tempo. Isso irá obrigar, no próximo dia 11/12, o Copom a anunciar um aumento da Selic provavelmente mais robusto, na casa de 0,75 a 1 ponto percentual. E, contraditoriamente ao que se busca, um juro mais alto elevará ainda mais a dívida pública, pois boa parte dela está indexada na Selic. Ou seja, ficou o sentimento de que o governo “estará enxugando gelo”. Isso coloca em cheque não apenas o pacote, como também o próprio arcabouço fiscal. Portanto, é preciso corrigir o pacote antes do Natal, pois o risco de iniciarmos 2025 em grandes dificuldades nesta área aumentou, quando deveria ser o contrário. Agora, muito está na dependência do Congresso Nacional e da capacidade de o governo dialogar neste sentido. Lembrando que, infelizmente, nosso Congresso funciona no sistema do “toma lá dá cá”, o que pode causar problemas. Enfim, é preciso dizer que o mercado exagera na dose da negativa, aproveitando-se do momento para alimentar especulações indevidas e ruins para a sociedade. A estratégia é não dar munição para que isso aconteça. Algo que o governo não soube fazer.

 

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